Hesitação Vacinal: como a desinformação afeta a segurança das crianças

Tem circulado com frequência pelas redes sociais relatos de pessoas dizendo que vacinas causam autismo, o que impacta negativamente a vacinação de todas as crianças! Esse tipo de desinformação é mesquinho por parte de quem as publica, pois busca apenas o benefício próprio, conseguindo visualizações às custas de prejudicar a integridade das pessoas mais vulneráveis: o público infantil.

Um estudo publicado na revista JAMA avaliou os padrões de vacinação em crianças após diagnóstico de Autismo e em seus irmãos mais novos. O estudo incluiu 3.729 crianças com TEA e 592.907 crianças sem TEA e seus respectivos irmãos mais novos. Para vacinas recomendadas entre 4 e 6 anos, crianças com TEA tiveram significativamente menos probabilidade de serem totalmente vacinadas comparadas com crianças sem TEA. Pais que tinham um filho com TEA eram mais propensos a recusar pelo menos uma vacina recomendada para o irmão mais novo da criança e a limitar o número de vacinas administradas durante o primeiro ano de vida do irmão mais novo.

A hesitação vacinal pode ser um reflexo (ainda) de um estudo pífio e criminoso feito com apenas 12 crianças, na década de 90, sugerindo uma relação entre a vacina do sarampo e o autismo. Acho que apenas os mais velhos sabem o que é passar pelo sarampo, uma doença com altíssimas chances de complicações e de mortalidade infantil, da qual, felizmente, estamos protegidos com a vacina. É importante ressaltar que o sarampo não foi erradicado no mundo! Os casos ocorrem nos países com menor cobertura vacinal. Por isso, devemos ser vigilantes com as nossas crianças. Como sociedade, é fundamental combatermos esse tipo de hesitação.

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Acesse o estudo citado no texto aqui.

Fonte:

JAMA Pediatr. 2018;172(5):469-475. doi:10.1001/jamapediatrics.2018.0082.

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